Esse post foi publicado 14 de abril de 2017 às 21:31 e está arquivado em Textos. Você pode acompanhar quaisquer respostas a esta entrada através do RSS 2.0 feed. Você pode deixar uma resposta, ou trackback de seu próprio site.
A Páscoa poderá ser nossa Ressurreição
Arnaldo Mourthé
O dinheiro é simplesmente a representação do valor que o trabalho confere a uma mercadoria.
Mas o dinheiro que gira no mercado financeiro tem outras origens: a sua emissão sem lastro; a especulação de toda ordem; os juros da dívida pública; a ilusão dos lucros presumíveis que dita os preços das ações nas bolsas de valores e dos títulos do mercado futuro.
É preciso separar o dinheiro que tem origem no trabalho, que é verdadeiro, daquele criado por maquinações intelectuais que contaminam a economia mundial e as instituições do Estado Republicano. O dinheiro falso produz crises, miséria e sofrimento, e submete nações. A dívida pública é o seu principal instrumento de dominação. Isso se dá porque os juros dela obtidos não tem origem no trabalho, são falsos valores que no mercado produzem inflação, o que obriga que parte deles seja capitalizada, fazendo a dívida crescer sem limites.
Em torno desses artifícios, criados pela corrupção dos poderes Legislativo e Executivo, o Estado passa a ser dominado pelo poder do capital financeiro, que dita a política econômica. Esta drena recursos do Tesouro que seriam para a prestação de serviço à população ou investimentos na infraestrutura do país: em transporte, em energia ou com outras finalidades. Depois de pagar os tributos o cidadão ainda é penalizado pela falta dos serviços públicos que degradam sua vida e geram toda sorte de conflitos que são revelados no caos em que nos encontramos.
O dinheiro falso tornou-se uma fonte de poder aparentemente inesgotável, mas que esbarra na reação do ser humano contra s submissão ao poder fraudado e impostor, exercidos pelos senhores do capital financeiro.
O país que não reverter esse quadro de submissão perde sua condição de Nação. Perde sua Soberania. Torna-se apenas um território habitado por não cidadãos submetidos à sangria dos dominadores, verdadeiros vampiros, a uma condição de servidão, senão de escravidão. Chegou a hora de dar um basta a esta situação absurda de sermos submetidos por uma fraude contábil, o que é o caso da dívida pública. Tida como uma obrigação prioritária ela tornou-se um paradigma que define nossa existência de submissão enquanto pessoas e Nação.
Nós temos valores culturais para nos orientar e critérios objetivos para nossas ações. Dentre eles ressaltamos a Ética, que é o respeito ao outro, definida pelo cristianismo como “amor ao próximo”, que nas palavras de Jesus aparece sob a expressão “amar ao próximo como a si mesmo”, deixando claro que todos são iguais e que para o outro você é “o próximo”. Buda já ensinava o “amor incondicional” que é outra forma de expressar o mesmo conceito. Esse é o paradigma fundamental para a superação do caos em que o poder do dinheiro falso nos levou. Mas só o alcançaremos se tivermos imbuímos de uma virtude fundamental, que é a Fraternidade entre as pessoas. Esta é a palavra chave da Ressurreição da Humanidade.
Aproveitemos o próximo domingo para levarmos à prática nossa ressurreição enquanto pessoas e povo. Façamos uma profunda reflexão sobre esse tema e iniciemos uma pesquisa efetiva para sua compreensão, em termos materiais e espirituais.
Boa Páscoa para todos.
Rio de Janeiro, 14/4/2017.
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