Esse post foi publicado 14 de outubro de 2016 às 20:35 e está arquivado em Textos. Você pode acompanhar quaisquer respostas a esta entrada através do RSS 2.0 feed. Você pode deixar uma resposta, ou trackback de seu próprio site.
Alerta geral! Estão vendendo o Brasil!
Arnaldo Mourthé
Enquanto a Câmara de Deputados, com uma maioria corrupta, votava a PEC, que engessa o orçamento da União, aprovando-a por larga margem de votos, o ministro Henrique Meireles dava entrevista em Nova York. Disse que é preciso convencer os investidores estrangeiros a investir no Brasil, como se isso fosse preciso. Então os investidores da Wall Street e adjacências não sabem que os maiores juros do mundo são praticados aqui, assim como aqui o governo está colocando o patrimônio público à venda? Não foi apenas isso que o Meireles foi fazer em Nova York. Ele foi conversar com seus amigos e companheiros de trabalho que comandam os maiores bancos do mundo, dizendo para eles que o plano final para o conquista do Brasil pelo capital financeiro internacional está em marcha. Vejam a aprovação do crédito suplementar autorizando o governo federal emitir novos títulos da dívida pública para pagar juros aos próprios banqueiros. Assim a dívida está sendo aumentada e a Soberania nacional reduzida. O sorriso que ele estampou em sua entrevista à Globo News é sintomático. Ele disse que tudo que o governo está fazendo é para salvar o Brasil, mantendo a sua credibilidade financeira, nos termos que agradam à banca internacional. Não sei se devemos rir ou chorar!
Paralelamente a isso, e impelido pela “vitória de Pirro” que o governo teve na aprovação, em primeira votação, da PEC da camisa de força em que vai meter os futuros governos da União e, em decorrência, também os governos estaduais, o presidente Temer anuncia grande reforma no sistema previdenciário. Inclui nela a isonomia da aposentadoria do funcionalismo à do INSS, arrochando aquela e desvalorizando o cargo público. As consequências dessas medidas, mais a privatização e internacionalização do pré-sal, excluindo a Petrobrás dos contratos de concessão de sua exploração, fazem parte do projeto de entrega da economia nacional ao capital financeiro internacional. E, com ela, a renúncia à nossa Soberania. Senão, vejamos quais serão, e já estão sendo, as consequências dessas medidas imediatas e no futuro do país.
O engessamento do orçamento engessa também a administração pública e todos seus serviços. Aqui estão incluídos a educação e a saúde, o saneamento, os transportes, mas também a segurança pública, por sua repercussão nos estados, e a própria segurança da Nação, já que as Forças Armadas não escapam a seu efeito. Até mesmo o sistema judiciário será afetado, num momento crítico em que se apuram os descalabros dos governos anteriores, que não se limitam aos de Dilma e de Lula, mas que alcançaram também o de Fernando Henrique Cardoso, o pai do neoliberalismo no Brasil.
Será que esquecemos que as decisões judiciais estão atreladas aos textos constitucionais, e essa mudança na Constituição não permitirá à Justiça defender os direitos dos funcionários, dentre os quais seus próprios servidores? E também os dos excluídos da assistência dos serviços públicos – dos quais dependem para sua vida e sua dignidade = já dilapidados e que, segundo a Constituição, são dever do Estado?
O governo e seus sequazes estão desmontando o país, suas estruturas, suas instituições, seus valores éticos e morais, sua economia, e até seu direito de propriedade. É isso que você, meu caro leitor, quer? É isso que você, cidadão brasileiro, quer? Diante desse quadro só uma coisa me indica o caminho a tomar: uma estrofe do Hino Nacional do Brasil,
Mas, se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte.
De minha parte declaro que não aceitarei que façam do Brasil uma colônia. E você, caro leitor, aceita?
Rio de Janeiro, 12/10/16.
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